Esta é primeira pergunta feita por 100% das pessoas quando encontram uma moeda diferente, especialmente se pertencia ao vovô, seguida de “estou rico” após olhar a moeda em sites impróprios para encontrar a resposta, como Youtube ou Mercado Livre.
O valor de uma moeda é determinado por três fatores básicos:
- A raridade da moeda: Bastante simples, falamos da dificuldade de se encontrar a moeda em questão no mercado.
- O estado de conservação: Fator determinante para determinar o valor de uma moeda. Quanto mais bem preservada e próxima ao estado original de quando foi cunhada, maior seu valor.
- A raridade do estado de conservação: Basicamente determina o quão difícil é encontrar uma determinada moeda em um determinado estado de conservação.
Vamos olhar cada um deles
A raridade da moeda.
Fundamentalmente depende da quantidade de uma moeda que está disponível no mercado.
Vamos começar com duas moedas que ainda circulam e podem vir de troco.
R$ 0,05 da primeira família do real, 1996. A moeda com menor quantidade produzida desta série de R$ 0,05 com apenas 111.600.000 cunhadas, de um total de 1.319.400.000 moedas, representa aproximadamente 8,5% do total produzido, com valor médio para coleção em torno de R$1,00, em estado de conservação Muito Bem Conservada (MBC). |
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R$ 0,05 da segunda família do real, 1999. A moeda com menor quantidade produzida desta série de R$ 0,05 com apenas 11.246.000 cunhadas, de um total de 5.483.210.000 moedas, representa aproximadamente 0,2% do total produzido, com valor médio para coleção em torno de R$5,00, em estado de conservação MBC. |
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Como podemos ver, a quantidade disponível influencia diretamente o valor da moeda.
Mas e a data?
Certamente quanto mais antiga a moeda, maior a dificuldade de obtenção, entretanto a relação com o valor não é tão simples.
A quantidade produzida, aliada com o crescimento do interesse na coleção de moedas, contribui para que moedas, sobretudo do século XX, tenham uma boa oferta, reduzindo seu valor em função da quantidade.
Neste caso o que irá definir o valor será principalmente o estado de conservação.
O estado de conservação.
Para exemplificação, se você guardar uma moeda comum de R$ 1,00, Flor de Cunho (FC), por cem anos, seu tataraneto não irá ficar rico com ela, mas certamente conseguirá um valor muito superior às demais não FC.
Vejamos este caso:
$400 (400 reis) de 1901 (data MCMI) com 25.250.000 moedas cunhadas possui valor de mercado em torno de R$5,00, em estado MBC. O mesmo valor de uma moeda em circulação de R$ 0,05 de 1999. Entretanto a mesma moeda de $400 em estado FC pode custar mais de R$ 100,00 enquanto a FC de R$ 0,05 gira em torno de R$ 15,00. |
A diferença está exatamente na maior quantidade de moedas FC de R$ 0,05 de 1999 disponíveis hoje que de moedas FC de $400. Por outro lado $400 MCMI em estado MBC são razoavelmente comuns. O que nos leva ao último item.
A Raridade do Estado de Conservação.
Para conhecer os diferentes graus utilizados para graduar uma moeda, acesse aqui.
Como vimos acima, uma mesma moeda possui diferentes valores em função de seu estado de conservação.
O motivo é bastante simples, praticamente toda moeda disponível circulou em algum momento. A menos que tenha sido deliberadamente guardada após a cunhagem, a possibilidade de encontrar uma moeda em perfeito estado diminui com sua idade.
Assim, para moedas que circularam o quão mais próximo elas estão da qualidade de uma moeda no momento de sua cunhagem influencia diretamente seu valor.
Por este motivo quando olhamos um catálogo e vamos “voltando no tempo” observamos que a escala de conservação apresentada muda. Após certa data não temos mais listagem para moedas FC. Em seguida a Soberba (S/SOB) deixa de ser listada e assim por diante.
Isto não significa obrigatoriamente que tais moedas em tal estado de conservação não existam, mas estes exemplares podem apenas não serem conhecidos, os quais, dado sua raridade, atingem valores significativos de disponibilizados para venda.
Mas, e o Colecionador?
É frequente nas redes sociais postagens de pessoas perguntando o valor de suas moedas para colecionadores, especificamente para colecionadores, como se isto fosse agregar valor à peça.
Veja, colecionadores (não os ajuntadores) que conhecem a moeda vão, na melhor hipótese, te dizer o valor real para colecionadores.
Quem coleciona não vai pagar um valor maior, diferenciado, por ser colecionador. Muito pelo contrário, por saber o real valor da moeda, assim como onde obtê-la, não vão oferecer mais do que o valor real da moeda.
Não vai acontecer.
Em Resumo.
Para determinar o valor de uma moeda, sua idade não é o fator determinante para moedas modernas (século XX e atual), mas sim outros parâmetros que devem ser analisados dentro do histórico da peça.
Não raro vemos pessoas encontrando moedas de padrões monetários extintos, especialmente se nascido após o final deste padrão, como o Cruzado no Brasil ou ainda mais o padrão Reis, e pensarem que tem um tesouro nas mãos.
O conhecimento sobre como catalogar e classificar uma moeda é absolutamente necessário para se trabalhar seu valor correto.
Embora aparentemente complexo, ele depende apenas da disposição para aprender e da prática adquirida com o tempo. O resultado, especialmente para o iniciante, é evitar vender uma moeda por um valor inferior ou comprar por um valor superior ao que realmente vale.
Finalmente existe o preço correto e o preço justo de uma moeda. A diferença está apenas no quanto alguém está disposto a cobrar ou e pagar por ela.
Não esqueça de compartilhar este tutorial, assim mais pessoas poderão ser ajudadas. Increv-se abaio no blog para ficar atualizado sobre novas postagens.
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